quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Em busca da verdadeira neutralidade do olhar

Ultimamente tenho refletido muito sobre diferenças e preconceito, bom, as diferenças vão existir sempre (graças ao bom Deus!), seria chato demais se todo mundo fosse igual, mas e o preconceito quando será que acaba? Tudo bem que ele não é mais como antes, está bem disfarçado e maquiado na sociedade, mas ainda não foi exterminado e sabemos que a melhor arma que podemos usar para acabar com isso é a mídia, mas será que essa arma está sendo usada de forma correta?
Na verdade acho que a melhor forma de acabar com o preconceito é saber lidar com as diferenças e isso conquistamos com a convivência, tudo parece tão estranho no primeiro instante, mas ao olhar pela segunda vez tudo muda, é convivendo com pessoas diferentes que aprendemos novas coisas, formamos o nosso caráter, as experiências sempre enriquecem nossas vidas , mas é normal que tenhamos medo de algo novo ao primeiro olhar pela falta de conhecimento, mas ao conviver vamos eliminando esse medo, tudo muda, é como se as diferenças fossem "normalizadas", bom na verdade não gosto muito dessa palavra porque acho um tanto vaga, o que seria normal? Bom digamos então que estas diferenças se tornam "neutras", e acho que não tem forma melhor de tratar o preconceito do que esta. Mas pelo que vejo a mídia não sabe muito bem lidar com isso. Muitos autores de novelas e seriados tem mania de colocar algum cadeirante, ou um personagem com qualquer outro tipo de necessidade especial pra falar de suas dificuldades e do preconceito que enfrentam e isso fica na cabeça das pessoas, "eles são diferentes, são vítimas", acho que ta na hora de mudar, porque não colocar portadores de necessidade especial no elenco, mas, tratando como qualquer outro personagem, levando sua vida normalmente e até mesmo sendo vilão? Eu realmente gostaria muito de ver uma personagem cadeirante como a Nazaré sabe, para que as pessoas passasem a ter raiva pelas maldades cometidas, passassem a falar mal, aí sim quebraríamos esse preconceito e essa ideia de cadeirantes "coitadinhos". E eu sei bem como é, nada melhor que uma cadeirante para falar disso, já senti na pele e sei que não é nada bom ser minimizado por uma simples diferença, o que mais quero é que essa realidade mude.
Ah como eu quero que meus filhos possam viver num mundo diferente do que vivemos hoje, que eles possam abrir folhetos de propagandas de lojas e possam ver fotos com cadeirantes modelos fazendo propaganda de roupas, cosméticos, acessórios... ,e que ao ver essas propagandas, as pessoas não enxerguem mais um cadeirante, mas sim um modelo como qualquer outro. Ah como eu quero passar nas ruas e poder ver foto de cadeirantes e pessoas com outro tipo de necessidade especial, fazendo propaganda de moda em outdoors, ah como sonho com essa neutralidade nos olhares. Acredito muito nos pensamentos de Madre Tereza de Calcutá quando falava, que paz conquistamos falando em paz e não falando em guerra, bom, então como podemos neutralizar as diferenças falando delas o tempo todo?
O que precisamos é de convivência e neutralidade para que tudo possa mudar. Que esse dia chegue logo!

Até a próxima!

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